terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vencendo a Preocupação


Vou começar este assunto fazendo um teste com você, pare um pouquinho e prestem atenção nestas perguntas:

-Qual o maior risco que você já correu até hoje? Pense um pouco e lembre-se de tudo o que você já fez na vida, qual foi a coisa mais arriscada? Pode ser em relação ao trabalho, ou relacionamentos, decisões de compra, de mudanças, a gravidez, emprego etc.
Guarde na cabeça essa coisa que você lembrou.

 Agora pense:
-Que risco você se arrepende de não ter corrido? Qual foi aquela coisa que você quis muito, mas na ultima hora você nem tentou, você não arriscou, ficou apreensivo e não fez.

 Anotou os dois itens: o maior risco que correu, e o risco que não correu?
 Tenho quase certeza que você acaba de se lembrar:
Na primeira pergunta você se lembrou da sua maior alegria, quando eu te perguntei qual o maior risco que correu você deve ter se lembrado daquela faculdade que foi fazer, e não tinha dinheiro suficiente, mas com muito esforço você fez, ou qualquer outra decisão corajosa que tenha tomado.

 E na segunda pergunta tenho certeza que você lembrou da sua maior decepção, do seu maior arrependimento: Quando a gente lembra dos riscos que não correu você lembra daquele negocio que não fechou, daquela mudança que não fez, daquelas coisas que não falou, daquelas atitudes que não tomou por pura covardia, ou seja por pura preocupação.

Devemos ser mais corajosos, mas claro que ser corajoso não significa correr riscos vazios.
Risco vazio é pegar um carro e andar a 200 por hora na estrada. Não te leva a nada. O risco de beber uma garrafa de uísque só porque fez uma aposta com o amigo (se é que a gente pode chamar isso de amigo) é risco vazio, isso não é coragem que vale a pena, é risco que te afunda.

 Risco que te traz crescimento é quando você não se preocupa tanto com pensamentos de medo e se arrisca a deixar aquele cargo, aquele emprego que só te irrita pois você não agüenta mais aquela rotina ou aquele lugar onde você não aprende nada, onde só tem gente desanimada, mas no final das contas, é estável. Lá ninguém vai te mandar embora, tem estabilidade – ou seja – seu excesso de preocupação em ter estabilidade te paralisa. Então você não corre o risco, morre de medo, e fica lá mofando até chegar um dia, que vai olhar pra trás e ver que jogou sua vida no lixo.

Sair dessa situação estagnada, vencer o medo e o excesso de preocupação, é um risco que te faz crescer.
Porque é um risco? Não falamos que o tal do emprego é estável? Você ganha muito pouco, mas este muito pouco é garantido? Eu falo de emprego, mas você  entende que esse “emprego” do meu exemplo pode estar representando muitas outras situações. Você pode encaixar tudo quanto é preocupação nesse esquema, por exemplo no casamento: Sair de um casamento, mesmo que um casamento horrível é um risco, precisa de coragem. Você já conhece os defeitos da pessoa, já esta acostumado, e o medo de mudar toda sua rotina a dois?

Vencer o medo e as preocupações infundadas pode fazer vir a acontecer de tudo, inclusive coisas muito boas! Mas a pessoa que more de medo de correr riscos, que é uma preocupada crônica, fica paralisada, e o pior, até se culpando por não ter feito nada, paralisa e se culpa por estar paralisada.

 Eu falei de sair do casamento, mas entrar numa relação também é um risco, e isso preocupa. E tem muita gente com medo desse risco. Tem muita gente sozinha no mundo porque tem uma dificuldade imensa em se relacionar, tem dificuldade em começar um contato qualquer, nem que seja uma conversa de fila de banco, sabe aquela bate papo pra passar o tempo enquanto você está esperando sua vez, pois é, tem gente que simplesmente não consegue se soltar, se preocupa com o que vão pensar dela.
 Também tem aqueles que até são bons nessas conversas “sociais”, bater papinho de corredor tudo bem, mas firmar uma amizade mesmo, ou paquerar a pessoa desejada, já não sai. Ou seja, ter um relacionamento de interação verdadeira com outro ser humano já fica muito maispreocupante.

 Porque? Porque dá medo deixar o outro te conhecer, deixar o outro entrar em seu mundo, ele vai saber como você é, e se você for daqueles que estão com a auto estima lá em baixo, você está se achando um “lixo” de pessoa, e você não vai querer que ninguém veja essa “lixo”, você vai se preocupar e se esconder em você mesmo.  
 Resultado? Fica fechado pro mundo, não fala o que pensa, Tem medo de dizer “não”. Claro, falar “não” é um risco, você fica preocupado que o outro não vai gostar mais de você depois que você lhe deu esse “não” na cara dele? É difícil falar “não”, você sabe disso.

 Agora que você decidiu que chega de ficar adiando, chega de ficar quietinho num cantinhopreocupado, esperando as coisas melhorarem sozinhas, você que percebeu que está na hora de falar “Chega!” chega de deixar a vida passar, todo mundo está entrando em empregos legais, fazendo faculdade, começando namoros, entrando em clubes, e você aí estagnada. Então pense bem seriamente em se renovar.
 E quando a gente fala de preocupação com os riscos, a gente está falando de escolhas. Escolhas são sempre arriscadas, por isso são difíceis.

 A escolha tem três “amigas”: A Dona Incerteza, a Srª Ansiedade e a tal da Culpa.

 A Dona incerteza te diz que não tem como antecipar o resultado, o futuro só vai ser vivido quando você chegar lá, não dá pra saber “Agora” com certeza e sem precupação, o que vai acontecer amanhã.
A Srª Ansiedade tem medo do desconhecido. O desconhecido é uma grande interrogação.
E a tal da Culpa é a que olha pra trás e só vê a opção que você descartou, porque toda escolha implica em abrir mão de uma coisa pra ficar com a outra. Certo? E a tal da culpa não esquece, não se desliga da opção que foi deixada pra trás. Você reconhece a tal da culpa naquelas pessoas que até se divorciaram, mas não se desligam do ex, ou da ex, Esconde da ex que já está com outra pessoa. Sente culpa. Ou você encontra a tal da culpa na pessoa que muda de emprego, ou se está em processo de seleção e tinha duas empresas para escolher, e escolhe uma, mas vive com a cabeça no emprego que deixou pra trás.
 O que vai acontecer com essa pessoa cheia de culpa e preocupação? Não vai desenvolver um bom trabalho. Não desenvolve um bom trabalho não é porque não tem capacidade, é porque ficou com a cabeça em outro lugar, e assim a coisa não vai funcionar mesmo. E não é que essa pessoa acaba se convencendo que fez uma péssima escolha, e vai ficar mais insegura ainda nas próximas escolhas, e nem percebe que é ela que está pondo tudo a perder, a escolha poderia ter sido ótima, mas se ela tivesse foco no que está fazendo agora! Se continuar com a cabeça no que deixou pra trás, nenhuma escolha vai ser boa nunca, E não dá pra se fugir das escolhas, desde que você acorda de manhã você escolhe entre tirar a cabeça do travesseiro ou dormir mais um pouco mesmo que isso te faça perder a hora, é uma escolha!

 Quer um exemplo onde você vai ver o trio completo,  A Dona incerteza, a Sra Ansiedade e a tal da Culpa?:

Você tem uma oportunidade em mudar de estado, ou de cidade, ir pra outro lugar. Você fica inseguro e preocupado porque não pode prever como sua vida vai mudar por conta dessa mudança. Se sente ansioso porque tá encarando o desconhecido. E ainda culpado porque vai deixar outras pessoas pra trás quando mudar.

 Solução? Aprender a correr riscos. Aprender a superar os medos e ser menos preocupado, esse é o caminho pra você crescer.
 Você é quem você é, por conta dos medos que tem ou não tem, você encara ou você foge da vida, mas ela está aí, o tempo todo. São os riscos da sua vida que “desenham” sua personalidade.

 Tem preocupação que parece ser muito trivial, mas mesmo as que pareçam  “bobinhas” tem uma importância marcante. Como por exemplo, você tem um amigo que aprontou alguma com você, e você está muito irritado com ele. A preocupação está em confrontar esse amigo, dizer pra ele o que você está pensando, sentindo, Isso é um risco. E a sua decisão de correr ou não esse risco é fundamental pra moldar sua personalidade, é a sua atitude que vai dizer quem você é.

 Quer ver outro risco que pouca gente pensa nesse assunto em termos de preocupação? O risco de assumir o compromisso de se manter leal, fiel, a uma pessoa. Muita gente sabe que romper esse compromisso é muito fácil, tem tentação pra todo lado. É um risco porque é uma decisão, uma decisão importante. Pense bem nisso! Ou o risco em se manter no trabalho social que você assumiu, dá trabalho, cansa, mas é um trabalho super importante pra muita gente. É um risco de compromisso.

Você é uma pessoa que enfrenta seus medos e preocupações? Será? Vou fazer 5 perguntas, vá respondendo e contando nos seus dedos quantos “sim” você responde:

1ª: Você fica discutindo com você mesmo quando tem que tomar uma decisão? E às vezes não toma decisão nenhuma?
2ª: Você aceita um serviço de má qualidade só pra não ter que falar com o gerente?
 3ª Sente dificuldade em se comprometer emocionalmente com as pessoas? Se envolver e ter um relacionamento verdadeiro?
 4ª Você é do tipo que dá tudo quanto é desculpa e nunca vai atrás de uma coisa melhor, como um emprego melhor? Ou pra fazer um curso, aprender alguma coisa nova? Ou suas desculpas são pra não encarar aquela oportunidade que você sabe que vai ser boa?
 5ª e ultima pergunta: Você em medo de ser reprovado pelos outros? Vive pensando “o que vão pensar de mim”? Ou pensa que todo mundo vai te achar ridículo? Sofre com o que podem comentar a seu respeito?

Quantos dedos você marcou? Um, dois, Cinco!
Pra quem está curioso, a resposta do seu teste é, mesmo que você  só tenha marcado um Sim, já significa que você prefere o conforto da vida sem risco, você provavelmente se retrai diante de preocupações significativas. Você tem sua vida limitada pelos seus medos.

Agora que você decidiu que chega de ficar adiando, chega de ficar quietinho num cantinho esperando as coisas melhorarem sozinhas, você que percebeu que está na hora se falar “Chega! de deixar a vida passar, está todo mundo entrando em empregos legais, fazendo faculdade, começando namoros, entrando em clubes, e você aí marcando passo. Então pense bem seriamente em aproveitar o começo do ano e se renovar.

 7 pontos importantes sobre os medos e preocupações:
       1-Superar medos envolvem escolhas. Um alcoólatra que percebe que sua vida está sendo                                         destruída pelo vicio, tem uma escolha difícil pra fazer, iniciar o tratamento.
2-    Superar medos exige investimento, você pode ter de investir tempo, dinheiro, energia, Se você assumiu o risco de fazer outra faculdade, ou curso, vai ter de investir os três, tempo, energia e dinheiro.
3-    Enfrentar medo envolve a possibilidade de fracassar. Sim, quem foi que disse que como o risco te faz crescer  tem garantia de tudo dar certo, Mas essa é uma grande lição, aprender a lidar com essa verdade da vida, Nada é garantido.
4-    Superar medo envolve que a pessoa coloque-se em perigo. Pode ser perigo financeiro, físico, emocional. Mas a boa noticia é que a pessoa que correu o risco é a única responsável pelo sucesso dos seus esforços. A vitória é dela, e ninguém tira.
5-    Superar medo vem sempre acompanhado com a sensação de estar se expandindo. Claro que é muito mais confortável não se arriscar, não mudar nada na vida. O alcoólatra que corre o risco de abandonar um estilo de vida, quando decide deixar a bebida, sabe disso. Ele vai ter que deixar os “amigos de copo” pra trás quando decidir permanecer sóbrio. É uma mudança, é uma expansão, percebem?
6-    Superar medos tem recompensas psicológicas importantes. Você vai sentir orgulho, orgulho de você mesmo, vai se sentir realizado. Quem se arrisca descobre um novo poder em si mesmo, descobre que tinha uma força lá dentro deles que nunca deram chance pra que ela se manifestasse, descobre um potencial que se nunca tivesse se arriscado, iria para o caixão com você, Mas como você se arriscou você se viu de uma forma mais ampla, mais poderosa. Muita gente tem um sentimento muito próximo do renascimento quando percebe que pode arriscar, e que muita coisa maravilhosa pode acontecer  quando se arrisca, Quem vence uma dependência, um vicio, como o alcoólatra, por exemplo ganha um sentimento igual ao de um recomeço de vida, é  como recuperar sua própria existência.
7-    E por fim, o ultimo ponto em relação a superar medos, é que você ganha à sensação de novidade, movimento, mudança. E isso não é maravilhoso? Quem decide assumir mesmo um risco que pareça bobo, como o rapaz que vai pela primeira vez convidar a moça pra sair com ele, ele sente uma sensação boa, de perigo, de novidade, empolgação.

Essas sensações boas, e o crescimento pessoal pode vir de vários tipos de riscos epreocupações que você pode estar adiando há muito tempo, medos que estão te paralisando como, por exemplo levar uma peça sua pra ser vendido numa loja especializada, ou fazer seu currículo e encarar entrevistas de emprego, ou participar da festa de fim de ano da empresa, e quem sabe até fazer um discurso, falar pras pessoas o quanto elas são importantes pra você, muitas vezes você passa a vida toda admirando muito alguém, e essa pessoa morre sem saber que você gostava dela, porque você não corria o risco de se abrir, você tinha medo de se expor, ou o risco de escrever a poesia, o livro de contos que você sempre sonhou.

 Outro exemplo bem legal: pode ser que você esteja de olho há muito tempo  naquele emprego legal, super interessante, onde você vai lidar exatamente com o tipo de coisa que você adora, mas paga menos do que você ganha hoje, então você não se arrisca, se preocupa.

 O medo de simplesmente admitir que não entende alguma coisa, admitir que realmente seu serviço não está bom porque você não conhece ainda toda a técnica necessária, aí você morre de medo de se abrir, se preocupa com o que vão pensar de você, precisa ficar aqui com essa máscara de todo poderoso, e vai enganando todo mundo enquanto der. Você vai mesmo,  vai morrendo por dentro, isso sim.

 Quer aprender superar medos e preocupações de uma forma saudável, sem ter que fazer loucuras, Aprender a assumir riscos não é viver uma vida louca, não precisa ser um sofrimento, você pode aprender a fazer as coisas passo a passo.

 Você é do tipo que acha que não pode sair do emprego porque nunca mais vai conseguir outro? Acha que é melhor passar o resto da vida nessa relação doentia porque “antes mal acompanhado do que só”? Gostaria de falar o que pensa para as pessoa, mas não quer se complicar, e aí fica calado?
 Pense bem se é isso mesmo que você quer? Ou se é só isso que você consegue? Mas se só consegue isso, saiba que é por enquanto, enquanto você não se desenvolve a dá uma guinada na sua vida.

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