O que é hiperatividade?
3 a 7% da população tem um “cérebro sem freio”. São cérebro que tentam, a todocusto, focar duas, três, quatro ou tantas coisas ao mesmo tempo. Mas isso é impossível, todo ser humano só consegue focar um item (assunto, imagem, idéia) de cada vez. Por mais que algumas pessoas se vangloriem de fazer duas coisas ao mesmo tempo, na realidade o que ela faz é trocar muito rapidamente o foco de atenção de uma coisa para outra.
Todo hiperativo possui déficit de atenção? Qual a diferença entre os dois distúrbios?
A deficiência de atenção é uma conseqüência da cabeça hiperativa. Como é impossível ,ao mesmo tempo, focar o que o professor está falando, mais a lembrança do passeio que fará no final de semana, mais o tênis que queria comprar... (isso é hiperatividade) a pessoa não capta tudo que está acontecendo ao seu redor e perde detalhes, ás vezes grandes partes do que é importante, por exemplo o móvel á sua frente e quando vai ver bateu o joelho (isso é déficit de atenção).Qual o perfil de uma pessoa hiperativa?
Ansiedade, tendência ao estresse, dificuldade em se organizar, medo de fazer ou falar “bobagem”.A hiperatividade diminui durante a fase adulta? Uma criança hiperativa será um adulto hiperativo?
Sim, a criança hiperativa será um adulto hiperativo, mas é muito comum que este adulto aprenda a lidar com suas características, por exemplo, como ele sabe que tende a ser desorganizado usará a agenda com mais afinco, assim não terá as conseqüências desastrosas dos esquecimentos.Muito chegar á idade adulta sofrendo de depressão, pois como há uma tendência muito grande das coisas darem errado na vida de um hiperativo e passa a se considerar um fracasso, o que não é verdade.
As escolas estão preparadas para lidar com crianças hiperativas? Os professores ainda confundem alunos hiperativos com crianças bagunceiras e desatentas?
É muito difícil diagnosticar o hiperativo , mesmo porque há níveis muito sutis. Classificar onde a pessoa sai da classificação de “tendência hiperativa” para “Transtorno do déficit de atenção de hiperatividade” não é fácil. Não há exames clínicos, apenas psicológicos. As escolas ainda não tem toda informação a esse respeito. Há muitos professores que até reconhecem crianças hiperativas, mas querem que sejam medicadas a todo custo, e isto não é tratar, isto é dopar a criança para que o professor tenha tranqüilidade.Ainda há o preconceito, muitos pais não gostam de dar nome ás características de seu filho, o que é um erro, pois o conhecendo melhor podemos lidar melhor com a questão.
Como os pais devem reagir ao desconfiar que seu filho possui hiperatividade?
Os pais devem se informar, ler a respeito e procurar ajuda quando percebem que não estão conseguindo sozinhos lidar com a questão. É necessário treinar seus filhos hiperativos a focarem um assunto de cada vez. É possível que isso seja feito em casa, em casos mais intensos os psicólogos cognitivos comportamentais são preparados com um protocolo de tratamento muito eficiente.Como é feito o tratamento para hiperativos? Remédios são necessários?
Existe medicação específica, a mais famosa é a Ritalina, apenas médicos podem prescrever, mas existe um “mercado negro” desta substancia pois ela causa efeitos viciantes em pessoas que não possuem o quadro de TDAH.Os remédios são necessários apenas em casos onde a vida da pessoa está em grande prejuízo, e os efeitos colaterais são menores que os benefícios.
Eu recomendo que se inicie com o tratamento psicológico, dentro da linha cognitiva comportamental, não adianta fazer psicanálise, por exemplo, pois não há traumas envolvidos na origem do problema. O psicólogo orientará no que se refere à necessidade de encaminhar ao médico.
A terapia é um aprendizado, um treino comportamental que dará informações e técnicas que poderão ser usadas a vida toda. A terapia não será para a vida toda, mas a aplicação das estratégias aprendidas sim.
Existe algum dado sobre o número de hiperativos no Brasil ou no mundo?
O Brasil não tem estatísticas fieis, mas em números americanos 3 a 7 % da população. Entrevista cedida à faculdade Metodista - Aluna: Marina Marques
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