Vicio em internet

Com o crescimento da internet e as facilidades para obter computador, a partir de quando o uso destas tecnologias passa a ser considerado distúrbio?

Quando aparecem prejuízos, qualquer tipo de prejuízo seja ele pessoal, social, financeiro, etc. O vicio em internet se dá quando as pessoas não conseguem mais deixar de usar, ou de usar moderadamente, qualquer elemento que inicialmente e em doses menores, proporcionava prazer, e esta intensificação do uso prejudica uma ou várias áreas da vida.

Quais são os sintomas do vicio em internet? ( internet , celular, videogames)

Deixar de realizar atividades do dia a dia como por exemplo fazer suas refeições por preferir manter-se diante do computador, deixar de realizar suas tarefas profissionais, arriscar ou até obter uma demissão, não sair de casa para relacionamentos com pessoas “ao vivo”,  gastar valores altíssimos com a internet, etc.

Qual a faixa etária dos pacientes?

Os jovens são mais afetados, mas creio que isso é devido ao fato de também serem os que mais usam o computador para atividades de lazer.


Como é feito o tratamento?

A psicoterapia  é feita a partir de treinos comportamentais e mudança dos padrões de pensamento. A pessoa é treinada a identificar novas fontes saudáveis de prazer para que seu prazer doentio pela internet seja substituído. Também será treinada a manter-se afastado do computador quando identificar que o tempo ou o uso está sendo prejudicial. A causa será identificada através das várias técnicas investigativas.


O relacionamento e a proximidade da família com a pessoa que fica muitas horas na vida virtual é fundamental para que esse uso não vire vicio?

Como prevenção é possível que sim, mas não gosto de fazer esta afirmação para que não se jogue culpa nas famílias, dizer que toda pessoa que tem relacionamento saudável com sua família está blindado contra o vicio é um pouco de exagero. Nas situações onde causa do inicio deste vicio se trata do afastamento da família sim, a reaproximação da família será excelente na recuperação.  

Entrevista cedida pela psicóloga Marisa de Abreu à jornalista Mayara Guerrero